Cientistas captaram uma sequência misteriosa de pulsos de rádio que se repete a cada 16 dias, vinda de uma galáxia a 500 milhões de anos-luz. O universo pode estar mandando recados.
Um grupo internacional de astrônomos detectou algo que parece saído direto de uma ficção científica, mas é totalmente real: uma sequência de pulsos de rádio que se repetem a cada 16 dias, vindos de uma galáxia distante, a cerca de 500 milhões de anos-luz da Terra. Esses pulsos, conhecidos como explosões rápidas de rádio (ou Fast Radio Bursts, FRBs), duram apenas alguns milissegundos, mas liberam em cada disparo mais energia do que o Sol em vários dias.
O intrigante é a regularidade: a maioria dos FRBs observados até hoje ocorre de forma aleatória, mas esse segue um ciclo quase pontual — uma rajada a cada 16 dias, como se o universo tivesse um metrônomo escondido em algum canto do cosmos.
Os cientistas descartaram explicações “extraterrestres” (por mais tentador que seja imaginar alienígenas mandando mensagens de rádio intergalácticas) e apontam uma origem astrofísica extrema. A hipótese mais aceita é que os pulsos venham de uma estrela de nêutrons altamente magnetizada, uma magnetar, capaz de gerar campos magnéticos trilhões de vezes mais intensos que os da Terra.
Essas estrelas são os núcleos colapsados de estrelas massivas que explodiram em supernovas, e suas emissões podem ser moduladas por fatores como rotação, ventos de partículas ou até mesmo a presença de um companheiro orbital. Em resumo: o que estamos ouvindo pode ser uma espécie de batimento cósmico de um objeto incrivelmente denso e instável, girando no limite da física conhecida.
Mesmo sem ETs na jogada, o fenômeno é um lembrete de como o universo é absurdamente ativo — um palco de forças que desafiam nossa imaginação e fazem a ficção científica parecer tímida diante da realidade.